Buscando conhecer de perto a experiência dos colleges canadenses nas pesquisas aplicadas articuladas com o setor produtivo, um grupo de 43 pesquisadores brasileiros está no Canadá, no período de 15 de fevereiro a 15 de maio de 2014. Eles participam do Estágio de Observação em Pesquisa Aplicada e Inovação, realizado em 19 instituições do Canadá por iniciativa da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC) do Brasil em cooperação com a Association of Canadian Comunity Colleges (ACCC).
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) está representado pelo professor Evandro Manara Miletto, do Câmpus Porto Alegre. O docente faz o estágio no Departamento de Informática do Cégep de Sherbrooke, localizado no estado do Québec. "Estamos verificando como os colleges se relacionam com empresas e comunidade, cujo resultado tem sido uma educação profissional mais sólida, voltada para o mercado e incentivando uma economia baseada em inovações", observa.
Nas pesquisas aplicadas, empresas e indústrias investem recursos (financeiros, instalações, humanos, etc) para melhorar ou criar produtos. Evandro lembra que esta atuação tem grande relação com a missão dos institutos federais, de estimular o desenvolvimento local de forma articulada com o setor produtivo, respondendo às demandas regionais de cada localidade.
O grupo participa de reuniões, acompanha projetos, realiza visitas técnicas, faz apresentações sobre a atuação dos institutos federais brasileiros. Na próxima semana, visitará o Centre de Productique Intégrée do Québec, em Sherbrooke.
"Trabalhamos para aproximar cada vez mais o Cégep do IFRS. Neste ano, chegaram estudantes do Ciência sem Fronteiras e estamos participando de atividades com a comitiva canadense que irá a Porto Alegre no início de junho para dar continuidade ao projeto Qualidade da Água e início do projeto Qualidade do Ar." Evandro cita que é estudada a possibilidade de desenvolver um programa como "Professores sem Fronteiras", para possibilitar estágios em centros de pesquisa aplicada e inovação para professores da rede federal.
Ele destaca também outra boa prática dos colleges que pode ser trazida para os IFs: "O Cégep possui indicadores claros, que permitem manter o que dá certo e melhorar o que não está bom. Os egressos são convidados, um ano após saírem da instituição, para participar de uma reunião e responder um questionário. Falam sobre o seu trabalho, sobre o que aprenderam e empregaram, sobre a facilidade de adaptação, facilidade de comunicação e escrita, trabalho em equipe etc. Este é um ponto crucial e os indicadores interessam muito ao nosso estágio aqui, para levarmos e tentarmos adaptar à realidade dos nossos IFs."
O docente também se coloca à disposição dos colegas que queiram saber mais sobre algum dos cursos ou tenham interesse em iniciar novos projetos com o Cégep. Ele indica os links para conhecer melhor o Centro de Pesquisa Aplicada de Gestão de Operação e da Produção os cursos técnicos e os programas pré-universitários.
Sobre os colleges
Evandro Miletto explica que a atuação dos colleges canadenses se aproxima da dos institutos federais, pois cada câmpus reflete a diversidade da comunidade onde está inserido. Os colleges também oferecem educação profissionalizante, mas têm características particulares: os estudantes recebem uma formação básica de caráter geral e de preparação para o mundo (escrita e literatura, filosofia, língua inglesa, educação física, ética e política) e uma formação específica na área escolhida, que inclui na maioria das vezes um estágio obrigatório em empresas ou instituições parceiras. A maior parte do currículo é desenvolvida em aulas práticas, tanto nos cursos técnicos quanto nos tecnológicos.
Alguns câmpus não oferecem os cursos completos, e sim a parte inicial, que deve ser complementada no câmpus principal, e o ensino não é gratuito embora com taxas acessíveis. Outros colleges contam com participação de representates da indústria em processos de avaliação.
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